segunda-feira, 28 de abril de 2014

O que é Hermetismo ?





Aquilo que na atualidade é chamado de Hermetismo, ou de Ciências Herméticas, compreende um campo de conhecimento muito vasto. Vemos cada dia ordens e sociedades herméticas; ouvimos falar de conhecimentos herméticos. A primeira vista, o leigo acredita que a palavra "hermética" presente em inúmeras organizações significa, oculto, mistério, velado. Realmente não é este o sentido. Aquilo que é ensinado como Hermetismo, tem raízes tão antigas cujo início é impossível se precisar. Acreditamos que na verdade se podem considerar como o registro de todos os conhecimentos que a humanidade foi acumulando ciclo após ciclo de civilização, mesmo muito antes da Atlântida.


O Hermetismo na atualidade é conglomerado de conhecimentos que muitas instituições possuem - ou dizem possuir - e cujas origens são atribuídas a Hermes. Na verdade Hermes - considerado com um deus do Panteão da Antiga Grécia - recebeu o mérito de ser o autor desses conhecimentos, mas na verdade eles foram trazidos até o atual ciclo de civilização, no antigo Egito por Thoth também considerado um deus no Antigo Egito.

Como a origem dos conhecimentos herméticos datam de alguns milhares de anos, é natural que durante tão longo tempo hajam ocorrido grandes transformações, tanto no que diz respeito aspectos organizacionais quando no contexto dos próprio ensinos. Disto resultou um grande número organizações no passado assim como no presente intituladas de "Ordem Hermética". Os conhecimentos e a estruturação de algumas são oriundas das Escolas de Mistérios do Antigo Egito. Naturalmente o termo "Ordem" só apareceu depois da decadência do Egito, quando grupos de estudiosos deram nomes às organizações que transmitiam o conhecimento deixados por Thoth.

O sentido de "oculto", de secreto", vem desde as Escolas de Mistérios. Quando as Ordens foram instituídas os ensinamentos passaram a ser "velados" em decorrência das perseguições contra o conhecimento promovidas por algo que é conhecido pelo nome de " Conjura do Silêncio" ou "Obscurantismo". Mas, não há segredo algum no que o Hermetismo ensina.

O Hermetismo cobre um vasto de conhecimentos, ele é muito abrangente por compreender um somatório de conhecimentos milenares da humanidade.

Podemos dizer que existem duas fontes básicas de conhecimentos, o Hermetismo e os Vedas. O Hermetismo é à base de todo o misticismo ocidental, enquanto os Vedas o é do oriental. Não existe religião oriental que não tenha como base, direta ou indiretamente, os ensinamentos Vedas. No Ocidente também, nenhuma organização pode dizer que não tem o Hermetismo como base, seja ela a Alquimia, a Cabala, a Magia, a Maçonaria, o Rosacrucianismo e muitas outras, juntamente com todas as religiões, direta ou indiretamente, são "filhas" do Hermetismo. Falamos de duas fontes básicas, mas vale salientar que na verdade elas têm uma mesma origem, apenas uma parte entrou neste ciclo de civilização através dos Vedas, e outra pelo Egito. Atualmente estamos vendo um reencontro entre as duas fontes, já é bem grande sincretismo entre as doutrinas orientais e as ocidentais.

Sempre existiram muitas organizações que se intitularam de Sociedade, ou de Ordem Hermética, e também na atualidade. Muitas trazem ensinamentos autênticos, embora algumas atribuam o nome "hermética" a conceitos de grupos ou meras fantasias. Entre outras autênticas, citamos a V\O\H\. Trata-se de um ramo do hermetismo cujo objetivo é transmitir conhecimentos milenares segundo foi ensinado por Thoth no Antigo Egito, porém fazendo uso de uma linguagem não velada, conceitos expressos em linguagem atual, em consonância com a ciência de nossos dias. É uma Organização cujo objetivos não visa qualquer lucro pecuniário , não tem por objetivo fazer proselitismo. Assim é uma Ordem que se caracteriza por não ter sócios, nem membros efetivos, nem diretoria, nem sedes, nem bens materiais, nem mensalidades, nem taxas de quaisquer tipos. No plano material ela apenas atua através de estimulo a grupos independentes de estudo, relativamente autônomos orientados por discípulos mais experientes que não se intitulam de "mestre". Quando muito podem ser considerados meros respeitáveis instrutores.


Há uma direção orientadora de nível internacional e representada em alguns países, trabalhando discretamente, e visando em especial a divulgação de verdadeiros conhecimentos milenares através de uma metodologia capaz de atender àqueles que sentem necessidade de certos conhecimentos tradicionais. Nenhum instrutor tem qualquer prerrogativa de ingerência na vida das pessoas, nenhum titulo ele pode conceder a quem quer que seja. Na verdade tem como papel transmitir os conhecimentos básicos da Ordem, por meio dos quais o próprio discípulo se torna apto para estabelecer ligação com o "Egrégora da Ordem Hermética". É o discípulo quem amplia seu próprio nível de percepção para receber o conhecimento da "Eterna Fonte Cristalina" do saber cósmico.

Autor: José Laércio do Egito - F.R.C.

terça-feira, 22 de abril de 2014

Sincronicidade



                                                               
Termo cunhado por Carl Gustav Jung para sua teoria de que tudo no universo estava interligado por um tipo de vibração, e que duas dimensões (física e não física) estavam em algum tipo de sincronia, que fazia certos eventos isolados parecerem repetidos, em perspectivas diferentes. Tal idéia desenvolveu-se primeiramente em conversas com Albert Einstein, quando ele estava começando a desenvolver a Teoria da Relatividade. Einstein levou a idéia adiante no campo físico, e Jung, no psíquico.

A sincronicidade é definida como uma coincidência significativa entre eventos psíquicos e físicos. Um sonho de um avião despencando das alturas reflete-se na manhã seguinte numa notícia dada pelo rádio. Não existe qualquer conexão causal conhecida entre o sonho e a queda do avião. Jung postula que tais coincidências apóiam-se em organizadores que geram, por um lado, imagens psíquicas e, por outro lado, eventos físicos. As duas coisas ocorrem aproximadamente ao mesmo tempo, e a ligação entre elas não é causal.

Antecipando-se aos críticos, Jung escreve: "O ceticismo... deveria ter por objeto unicamente as teorias incorretas, e não assestar suas baterias contra fatos comprovadamente certos. Só um observador preconceituoso seria capaz de negá-lo. A resistência contra o reconhecimento de tais fatos provém principalmente da repugnância que as pessoas sentem em admitir uma suposta capacidade sobrenatural inerente à psique".

Os fenômenos sincronícos manifestam-se com muito maior freqüência quando a psique está funcionando num nível menos consciente (estado de ondas alfa), como em sonhos, meditações ou devaneios. Assim que a pessoa se aperceba do evento sincroníco e se concentre nele, o perde, pois a idéia de tempo e espaço volta a reinar na consciência. Jung sublinha que a sincronicidade parece depender consideravelmente da presença de afetividade, ou seja, sensibilidade a estímulos emocionais.

A grande sacada de Jung foi colocar a sincronicidade como algo abrangente do TODO, e não de um mero evento. Ele pergunta: Como pode um acontecimento remoto no espaço e no tempo produzir uma correspondente imagem psíquica, quando a transmissão de energia necessária para isso não é sequer concebível? Por mais incompreensível que isso possa parecer, somos compelidos, em última instância, a admitir a existência no inconsciente de algo como um conhecimento ‘a priori’ ou uma relação imediata de eventos que carecem de qualquer base causal. Ou seja: a pessoa que acessou o avião caindo sempre soube, só que não sabia que sabia, porque na verdade não existe espaço nem tempo para o self! É o nível búdico!

Segundo ele, os pensamentos vêm-nos à consciência; as intuições e pensamentos que surgem do inconsciente não são produtos de esforços deliberados para pensar, mas objetos internos, parcelas do inconsciente que pousam ocasionalmente na superfície do ego. Jung gostava de dizer, por vezes, que os pensamentos são como pássaros: eles chegam e fazem ninho nas árvores da consciência por algum tempo, e depois alçam vôo de novo. São esquecidos e desaparecem.

A matemática é um produto puro da mente, e não se mostra em parte alguma do mundo natural; no entanto, pessoas podem sentar-se em seus gabinetes e gerar equações que rigorosamente predizem e captam objetos e eventos físicos. A Jung impressionava que um produto puramente psíquico (uma fórmula matemática) pudesse ter um relacionamento tão extraordinário com o mundo físico. Por outro lado, Jung propõe que os arquétipos também servem como ligações diretas entre a psique e o mundo físico, mas não são as causas destes. Parece sim, ligá-lo a "operadores" que organizam a sincronicidade.

Os junguianos comentam que no inconsciente não há segredos. Todo o mundo sabe tudo. Pode-se comparar esse conhecimento com o "Olho de Deus", o "Olho que tudo vê" ou o "Grande Irmão". Não é apenas o que fazemos, mas até o que pensamos - que É o que somos! - que pode ser acessado.

Jung vai ainda mais longe em sua definição de Sincronicidade, que recebe o nome de Cosmologia na sua forma mais abrangente, onde relaciona a organização ‘acausal’ no mundo, sem referência à psique humana. Antes de nós existirmos, existia a organização, a sincronicidade; então, quem geria isso? Ele diz: "Nessa categoria se incluem todos os "atos de Criação", fatores a priori, tais como, por exemplo, as propriedades dos números primos, as descontinuidades da física moderna, etc."

Nós, seres humanos - ensina ele - temos um papel especial a desempenhar no universo. O nosso inconsciente é capaz de refletir o Cosmos e de introduzi-lo no espelho da consciência. Cada pessoa pode testemunhar o Criador e as obras Criativas desde dentro, prestando atenção à imagem e à sincronicidade. Pois o arquétipo não é só o modelo da psique, mas também reflete a real estrutura básica do universo. "Como em cima, assim em baixo" falou o Mestre Hermes Trismegisto. "Como dentro, assim fora" responde o moderno explorador da alma, Carl Gustav Jung.

Extraído e adaptado do livro Jung, o mapa da alma, de Murray Stein. Agradecimentos a Klash pela introdução.

"Não posso provar a você que Deus existe, mas meu trabalho provou empiricamente que o "padrão de Deus" existe em cada homem, e que esse padrão (pattern) é a maior energia transformadora de que a vida é capaz de dispor ao indivíduo. Encontre esse padrão em você mesmo e a vida será transformada." (C.G. Jung)


Extraído do blog: http://somostodosum.ig.com.br